Tempo Assist, do Carlyle, investe em startup de serviços residenciais
A Tempo Assist, prestadora de serviços para seguradoras que pertence ao fundo de private equity americano Carlyle, vai investir pelo menos R$ 35 milhões ao longo dos próximos três anos para desenvolver uma startup gerada dentro da companhia. Batizada de Tempo Tem, ela começou a operar em junho e atende diretamente os consumidores com serviços como troca de lâmpada e guincho 24 horas.
A lista tem mais de 100 tipos de serviços, com preços fixos para contratações avulsas que variam de R$ 79 a mais de R$ 800. Há também uma opção de assinatura mensal, com direito a três utilizações que custa a partir de R$ 19,90.
A princípio, a Tem está se valendo da rede de 20 mil prestadores de serviço da Tempo Assist, mas a ideia é criar uma rede própria, segundo Bianca Amaral, diretora-geral da companhia. “Hoje temos muitos serviços emergenciais, mas a ideia é ter mais coisas voltadas à comodidade, para ter mais presença e frequência de uso na vida das pessoas”, disse a executiva, que já liderou iniciativas de “marketplace” (uma espécie de shopping virtual) na Amazon e no Walmart.com.
O conceito de marketplace de serviços começou a ganhar forma no Brasil em 2011, com o nascimento da startup GetNinjas. Hoje, além dela há nomes como a Helpie. No modelo dessas companhias, o usuário cadastra o tipo de serviço que precisa e recebe contatos de profissionais que estão próximos e podem atender àquela demanda. O interessado então escolhe com quem quer fazer o serviço e combina preço e data da execução. A Porto Seguro também entrou nesse segmento com o Porto Faz, que opera com um modelo de preços fixos para os serviços e escolha do profissional pelo próprio sistema. O mesmo formato que a Tempo Tem está adotando.
Bianca disse que a Tempo Assist vem estudando o mundo digital desde a compra pelo Carlyle e o projeto da Tem começou a tomar forma há cerca de 10 meses, quando ela chegou à companhia. De acordo com a executiva, a opção por montar uma operação separada foi feita porque o atendimento ao consumidor é “um jogo bem diferente” do que a Tempo está acostumada a fazer até agora, e é preciso estimular a criação de um ambiente de trabalho distinto. Nas próximas semanas, a equipe de cinco pessoas que atualmente trabalha em uma sala dentro da sede da companhia em Barueri (SP) vai para um espaço próprio. “Os investidores estão muito alinhados com essa ideia. Se não for assim, não vai dar certo”, disse.
Publicado originalmente em 26/08/2019 em Valor